terça-feira, 30 de junho de 2009

Blog do Planalto

A secretária de comunicação social da presidência, lança agora no começo de julho de 2009 (O Blog do Planalto), Um novo canal de comunicação da Presidência, com um público diferenciado o internauta. Com o objetivo de mostrar e esclarecer as ações tomadas pelo Governo.
Diante deste novo meio de comunicação do governo podemos afirmar que vai ser mais um método de divulgar seus feitos e fazendo campanhas, ou seria um canal de comunicação altamente interativo com os internautas, ao abrir espaços para os mesmos comentar sua opinião sobre feitos e não feitos do Governo Federal?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Há dez anos...

...e ainda tão atual.

São Paulo, Quinta-feira, 10 de Junho de 1999

COMUNICAÇÕES

Dados de abril mostram que pior desempenho foi no quesito pedidos de reparo em telefones fixos

Telefônica descumpre metas de qualidade
RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local

A Telefônica não cumpriu 4 das 12 metas definidas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para acompanhamento mensal da qualidade do serviço de telefonia em São Paulo.Os números constam do último relatório apresentado pela própria Telefônica à Anatel e são referentes ao mês de abril, auge das reclamações contra a empresa.Das 4 metas não cumpridas, 2 dizem respeito diretamente às principais falhas no serviço (solicitações de reparo e reclamações de erros em contas). As outras duas são referentes a telefones públicos.Segundo a Anatel, o acompanhamento mensal é um dos parâmetros usados para a instauração de sindicâncias que podem resultar em multas, como a de aproximadamente R$ 5 milhões imposta à Telefônica há duas semanas.A empresa alega que as metas definidas no contrato de concessão (documento que rege a operação da telefonia) são anuais e, portanto, o acompanhamento mensal serve apenas como referência para a melhoria do serviço.A Telefônica tem o pior desempenho no quesito solicitações de reparo em telefones fixos (reclamações por defeitos ou não fornecimento do serviço).A meta proposta pela Anatel é 2,8 reclamações por 100 telefones instalados. Em abril, o número era de 8,16% de linhas com reclamações.Quando a empresa foi privatizada, o índice era de 3,16%. Desde janeiro, o desempenho só piora.A Telefônica também não alcançou a meta no quesito reclamações de erro em conta. A meta é de 7 erros em cada 1.000 contas. Em abril, o índice era de 15,51 erros.As outras duas metas não alcançadas dizem respeito aos telefones públicos. Até abril, 171.060 orelhões deveriam estar em funcionamento, mas haviam 169.863. O índice de solicitações de reparos deveria ser de 24,1%, mas foi de 25,31%.Para o deputado estadual Jilmar Tatto (PT), relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Telefônica, isso demonstra a falta de respeito da empresa com o consumidor de baixa renda.O vice-presidente de Operações da Telefônica, Ivan Campagnolli, explicou que uma dúvida em relação à validade dos cartões de outros Estados provocou a demora na compra dos orelhões.Segundo ele, as reclamações por defeitos são fruto ainda da ampliação da rede, e os erros em contas partem, muitas vezes, da "falta de conhecimento" do consumidor.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc10069916.htm

Grandes Corporações Midiáticas: Os Cidadãos Kane Brasileiros






Cidadão Kane

- História de um magnata da comunicação – Charles Foster Kane
- Figura Poderosa.Tudo o que falava era regra. Rico
- Monopólio da comunicação
- Poder na mão de um só homem

Cidadãos Kane brasileiros

- Conglomerados midiáticos que exercem grande poder sobre a política, sociedade, costumes, etc.
- Concentração de poder sem centralização operacional
- Os donos da mídia brasileira, formam um oligopóplio da comunicação.
- Um mesmo grupo detém a propriedade de diferentes meios de comunicação (Tv aberta, Tv fechada, jornal, revista, internet, etc) e empresas de outros segmentos.
- Estar em todo lugar, em todo tempo, para exercer hegemonia
- Remodelação das Comunicações – formação dos conglomerados midiáticos.
- Reordenação do capitalismo - expansão do capital.
- Globalização - aumento do fluxo livre do capital diretamente financeiro.
- Política neoliberal, liberalização, privatização e desregulamentação - Abertura de novos espaços para os capitais privados.
- Avanços tecnológicos
- Fase da Multiplicidade da Oferta – a partir da década de 90 – aumento do número de canais disponíveis, provocando maior concorrência entre as emissoras.
- Conquista de outros mercados dentro do âmbito nacional e internacional.

TOP 10 Brasil – muito poder nas mãos de poucos
- Organizações Globo
- Grupo Abril
- Grupo Estado
- Grupo Folha
- Rede Record
- Grupo SBT
- Rede Bandeirantes
- RBS – Rede Brasil Sul
- Grupo JB
- Grupo Gazeta Mercantil

Organizações Globo
Roberto Irineu Marinho PresidenteJoão Roberto Marinho Vice-presidente e presidente do Conselho EditorialJosé Roberto Marinho Controlador da Fundação que recebe o nome de seu pai e cuida das emissoras de rádio do grupo
- 18 mil pessoas trabalham apenas nas cinco emissoras próprias da Globo (SP, RJ, MG, DF e PE) e nas 116 afiliadas.
- Faturamento estimado de suas empresas chega a U$ 2 bilhões de dólares
- 223 veículos próprios ou afiliados, mais do Record e SBT juntos
- Sua transmissão cobre 99,7% do território brasileiro
- A formação do império começou durante o regime de ditadura militar.
- Molda-se facilmente a quem está no poder.
- Maior densidade Política.
- Grande poder concentrado na família do proprietário;
- Maior capilaridade de discurso (capacidade de fazer chegar as mensagens ao maior contingente de pessoas);
- Alta tecnologia no processo comunicativo;
- Valorização dos padrões tradicionais de sociabilidade, como a família e a Igreja.
- Quer mostrar incessantemente sua identidade c/ o público “Globo e você tudo a ver”

Organizações Globoa formação imperial
- Anos 90, o grupo abre o capital, investe em novas mídias e dá início ao processo de sucessão de Roberto Marinho
- Sua perda de espaço na televisão aberta é compensada com conquistas de novos lugares
- Movimento para se consolidar como empresa atuante em vários setores, globalmente
- Criação da Globopar para centralizar o dinheiro e as operações de caixa
- Expansão centralizada em mídia, entretenimento e telecomunicações (telefonia e exploração de satélites)
- Tem mais clara estratégia de internacionalização

O Império Global
- Televisão - Rede Globo · Endemol Globo · Projac · Globo Internacional · Globosat
- Cabo e satélite - NET (NET Digital) · NET Virtua · NET Fone (via Embratel) (75%) · SKY Brasil (24%)
- Telecomunicações – Viacom Ltda · Viacom Serviços de Radiochamada · UGB Participações (celular) · Maxitel
- Jornais - O Globo · Extra · Expresso · Diário de S. Paulo · Valor Econômico (50%)
- Revistas Editora Globo - Revista do Globo · Época · Época Negócios · Galileu (antiga Globo Ciência) · Auto Esporte · Casa & Jardim · Crescer · Criativa · Globo Rural · Marie Claire Brasil · Pequenas Empresas & Grandes Negócios · Quem · Revista Fantástico · Gráfica Globo Cochrane
- Internet - Globo.com - G1 · Globo Online · GloboEsporte.com · GloboRadio.com · Blogger Brasil · Kit.net · Globomail · Globolog · EGO · Zoom · 8P · Zap (50%) · Baixatudo · Paparazzo · BlogLog
- Rádio - Sistema Globo de Rádio · Rádio Globo AM · Rádio Globo FM · CBN · BH FM · 98 FM (Curitiba) · BEAT98 · Multishow FM · Rádio SporTV · Rádio GNT
- Outras empresas e iniciativas - Criança Esperança · Amigos da Escola · Fundação Roberto Marinho · Globo Filmes · Globo Marcas · Inbasa · Som Livre · Globo Vídeo · Loja Globo Marcas · Memória Globo

Globo e Brasil tudo a ver?Os principais fatos políticos que tiveram o dedo da Globo
- Greve dos Metalúrgicos
- Proconsult - Leonel Brizola
- Diretas Já
- Eleições Collor e Lula (apoio incondicional ao candidato “caçador de marajás”

Grupo Abril
- Alto Poder de informação
- Imensa ligação com bastidores do Executivo Federal
- Certa independência redação/comercial (sua linha editorial não é comprometida por anunciantes)
- Uso maquiavélico da informação
- Interesses negociais em expansão
- Seriedade no trato das informações e análises da área de empresas/negócios
- Visão essencialmente paulista
- Corpo técnico de alta qualidade
- Referencial para comportamento e lazer
- Emprega cerca de 7.000 pessoas
- Editora Abril, Abril Digital, MTV, Fiz, Ideal, TVA (parceria estratégica com a Telefônica), além da Abril Educação (Editoras Atica e Scipione);
- Possui a maior gráfica da América Latina;
- É lider em 22 dos 25 segmentos em que opera;
- Em 2008, publicou mais de 300 títulos;
- As publicações tiveram ao longo de 2008 uma circulação de 179,2 milhões de exemplares;
- São 27,7 milhões de leitores e 4 milhões de assinaturas;
- Sete das dez revistas mais lidas no Brasil são da Abril;
- Lidera o mercado brasileiro de livros escolares;
- Produziu 37 milhões de livros em 2008.

53 revistas
- Tecnologia: Revistas Info, e Info corporate.
- Bem estar: Revistas Boa Forma, Bons Fluídos, Saúde! e Vida Simples.
- Comportamento: Revistas Claudia, Gloss e Nova.
- Jovem: Revistas Almanaque Abril, Aventuras na História, Capricho, Guia do Estudante, Loveteen, Mundo Estranho e Superinteressante.
- Moda: Revistas Elle, Estilo, Manequim, Manequim Noiva, e Revista A.
- Semanais: Revistas Ana Maria, Minha Novela, Sou Mais Eu! Tititi.Viva Mais!
- Infantis: Revistas Atividades, Disney e Recreio.
- Homem: Revistas Men´s Health, PlayBoy e Vip.
- Casa e construção: Revistas Arquitetura e Construção e Casa Claudia.
- Celebridades: Revistas Bravo!Caras e Contigo!
- Motor e Esportes: Revistas Frota S/A, Placar e Quatro Rodas.
- Turismo: Guia Quatro Rodas, National Geographic e Viagem e Turismo.
- Fundação Vitor Civita: Revista Nova Escola.
- Informação: Revistas Veja, Veja São Paulo, Veja Rio e Vejas regionais.


Revista VEJA
- Fundada em 1968;
- Vende cerca de 1 milhão e 200 mil exemplares toda semana;
- 80% para assinantes;
- É a quarta revista mais vendida no mundo.


"Não há captura da realidade empírica que não passe pelo filtro de um ponto de vista particular, o qual constrói um objeto particular que é dado como um fragmento do real. Sempre que tentamos dar conta da realidade empírica, estamos as voltas com um real construído, e não com a própria realidade." (CHARAUDEAU, Patrick. "O discurso das mídias". 2006; 131)]

Veja que Mentira
- Em 2003, "Veja" foi alvo de manifestações populares. A campanha é "Veja que mentira". O manifesto avaliava que a revista era um símbolo da manipulação da imagem dos movimentos sociais pela mídia.

Março de 2005:
- Após a reportagem "Tentáculos das Farc no Brasil", o então presidente do PT, José Genuíno, classifica a matéria como irresponsável por atacar o partido sem provas consistentes. A revista admitiu falta de provas.
- "(...)Consideramos a reportagem da revista Veja, pelos motivos apresentados, uma agressão à verdade dos fatos, à honra do Partido dos Trabalhadores e à ética jornalística. Aventuras deste naipe prejudicam a vida democrática de nosso país" (Nota de repúdio à Revista Veja, José Genuíno Neto, 12 de março de 2005).

Em 1992...
- Entrevista com Pedro Collor de Mello, irmão do então presidente da República, Fernando Collor de Mello. Consequências culminaram com o impeachment e a renúncia do presidente Fernando Collor de Mello.

Padrões de manipulação na grande imprensa
- Perseu abramo
1-Padrão de ocultação
2-Padrão de fragmentação
3-Padrão da inversão
4-Padrão de indução

terça-feira, 9 de junho de 2009

"Profissão Repórter - Os Riscos da Vaidade"


No dia 02 de junho, o Programa Profissão Repórter, apresentado pelo jornalista Caco Barcelos e seus aprendizes, foi ao ar com a proposta de mostrar aos telespectadores sobre “Os riscos da vaidade”,
O programa mostrou casos de pessoas que foram prejudicadas e até perderam a vida em busca da beleza.
Entretanto, durante os 30 minutos da exibição não foi abordado que essas pessoas, principalmente as mulheres, têm recorrido cada vez mais às cirurgias plásticas, mesmo que estas tragam riscos ou sérios danos à saúde, porque buscam incessantemente a chamada “perfeição”, o “padrão estético”, “o que é bonito”, imposto e cobrado diariamente pela mídia. Mais que isto, correm atrás do que é denominado “padrão Globo de qualidade”.
Em seu texto, Sociedade Midiatizada, o autor Douglas Kellner cita “Na cultura da imagem pós-moderna, o estilo e a aparência tornam-se parâmetros cada vez mais importantes de identidade e apresentação de si mesmo no cotidiano, e os espetáculos midiáticos mostram e dizem às pessoas como elas devem aparecer e se comportar”.

Entrevista: "Nós da Comunicação"

9/6/2009

Felicidade, sustentabilidade e o papel da mídia na visão de Alan Wallace
(João Casotti)


O desenvolvimento da sociedade moderna, impulsionado pela ciência e pela tecnologia, criou um mundo no qual a felicidade está relacionada ao consumo, o que nos faz esquecer de olhar para dentro em busca do autoconhecimento. Alan Wallace, monge budista e PhD em estudos religiosos pela Universidade de Stanford (EUA), falou em entrevista ao Nós da Comunicação sobre o conceito de “Ciência da Felicidade” e suas aplicações para o cotidiano profissional.

Formado em física e filosofia da ciência pela Amherst College (EUA), o discípulo de Dalai Lama, que fará palestras no Brasil até o dia 15 de junho, defende o discurso plural da mídia e uma mudança radical no ideal de consumo, que impossibilita o crescimento sustentável do planeta.

Confira, abaixo, a entrevista.

Nós da Comunicação – Você poderia explicar o conceito “Ciência da Felicidade”? Como é possível ser feliz no trabalho?
Alan Wallace – Existe distinção entre dois tipos de felicidade que são complementares, porém, uma delas é mais essencial que a outra. Há a felicidade hedonista, que não pretendo depreciar, mas que envolve o prazer mundano. Esse tipo de felicidade inclui qualquer tipo de prazer, que é despertado porque encontramos estímulos: nosso programa de TV favorito, músicas que gostamos, o prazer sexual, os sentidos etc. Existe um fator comum nesse tipo de felicidade: ao tirar o estímulo, ela vai embora. A força da ciência e da tecnologia nos ajuda com a felicidade hedonista.

Para muitos de nós, isso é a felicidade como um todo, no entanto, grandes sábios da história humana disseram: “o significado da vida é a busca pela felicidade”. Quando eles dizem isso, não se referem à felicidade hedonista, mas ao que os gregos chamavam de ‘eudaimonia’, que significa felicidade genuína ou florescimento humano. Isso é uma qualidade de bem-estar que não vem do que você consegue tirar do mundo, mas do que você consegue trazer para ele. Por exemplo, viver um estilo de vida ético, quando fazemos o melhor pelos outros, de maneira decente, honesta, da forma como gostaríamos de ser tratados. Não por algo que aconteceu com você, mas com algo que você trouxe para o mundo. Esse é um nível de felicidade genuína, perfeitamente relevante no mundo moderno.

Outra dimensão vem de cultivar a mente como um fazendeiro cultiva o campo e tem uma boa colheita. Cultivar a mente, a atenção, que é central nessa questão, cultivar desejos significativos. Quando ficamos fixados em pegar algo do mundo, não ganhamos nenhuma felicidade genuína, pois o mundo nos prepara para sentimentos como inquietação, ansiedade, talvez arrogância em caso de sucesso. Portanto, é uma questão de estar consciente de nossos desejos e cultivá-los com significado e como valores.

Somos seres com emoções exageradas, desequilibradas. Quando um colega recebe uma promoção, nossa resposta pode ser indiferença ou inveja, que não são benéficas. Por outro lado, se você reconhece o trabalho do outro, todos ganham. Você fica feliz pela promoção do outro e essa pessoa fica feliz por si. Devemos perceber que o mais profundo nível é expresso na meditação, uma verdade profunda. A qualidade do bem-estar vem pelo conhecimento da realidade como ela é, num sentido profundo e existencial. É além da ética, do bem-estar psicológico, é existencial e espiritual. Precisamos incluir a mente na natureza, e não apenas considerá-la um epifenômeno do cérebro.

Nós da Comunicação – Vivemos em um mundo onde o tempo é escasso. Como seria possível manter-se equilibrado espiritual e mentalmente no cotidiano intenso de tarefas?
A. W. – Ao longo dos dias, realizamos diversas práticas de higiene física. Tomamos banho, escovamos os dentes, fazemos exercícios. Com isso, mantemos nossa saúde. Não temos a expectativa de ficar melhor nisso, mas esperamos manter uma média de vitalidade e saúde. O que sugiro é que possamos praticar também internamente, fazendo a higiene psicológica e espiritual para complementar nossa higiene física. Somos tão bons para o corpo que esquecemos de explorar a mente.

O que pode ser muito útil é separar um tempo todo dia, considerando a importância da mente, cultivando a atenção, a tranquilidade, o relaxamento e, também, o coração. Existem formas práticas de cultivar esses sentimentos. Nossos diversos tipos de felicidade são conduzidos por estímulos. Quando recorremos a nossos recursos internos para que um senso de bem-estar possa fluir da mente, sem ser por causa de um estímulo, é por que a mente está saudável. Não é preciso ser um monge, uma pessoa reclusa para cultivar essas práticas, mas é necessário estudo e esforços contínuos para desenvolvê-las no dia a dia. Pequenas sessões durante o curso do dia podem ser de grande ajuda.

Nós da Comunicação – Qual o papel da mídia na difusão desse conceito de felicidade? Os comunicadores têm responsabilidade nesse aspecto?
A. W. – Todos nós somos mídia, portanto, a responsabilidade é geral. Quando uma mãe está falando com a filha, ela a informará sobre a natureza do mundo. Então, o jornalista primário para uma criança é a mãe, e isso se aplica no cotidiano quando nos informamos sobre a vida e o que está acontecendo no mundo com uma responsabilidade moral. Na mídia, temos acesso a um extenso conhecimento. Devido a seu impacto social e a seu papel iluminador sobre o mundo, a mídia tem uma responsabilidade enorme de equilibrar e ser crítica com o que o mundo está nos dizendo. Não é uma questão de dizer o que está acontecendo, mas também por que está acontecendo. No entanto, a mídia, às vezes, é tão tendenciosa que se torna enganosa no próprio preconceito. Nessa situação, ela faz um desserviço. Agora, quando a mídia apresenta perspectivas múltiplas e um conteúdo plural, é um convite ao consumidor para fazer sua mente pensar. Isso é respeitar a audiência dando o maior número de informações, da forma mais equilibrada possível, e acreditando que ela fará um julgamento crítico, em vez de uma interpretação preestabelecida em cima de visão única. Então, se a mídia tem responsabilidade? É claro que sim.

Em minha experiência com a mídia americana, já a vi fazer um trabalho muito responsável, dando uma visão equilibrada, encorajando a audiência a tomar decisões próprias. Em outras ocasiões, eu a percebi muito tendenciosa, ressaltado o consumo na sociedade. A mídia tem a responsabilidade de ser crítica, e não apenas aceitar pressupostos.

Nós da Comunicação – Hoje em dia, especialistas consideram um quarto elemento para o conceito de sustentabilidade, que leva em conta o lado espiritual, mental e cultural dos profissionais. Qual sua opinião sobre a configuração?
A. W. – A sociedade ocidental moderna estabeleceu um terrível exemplo para o mundo. Criamos um ideal no qual uma boa vida é resultado de um consumo massivo. Esse modelo se espalhou pelo planeta. Se as mais de seis bilhões de pessoas do mundo perseguem este ideal de consumo, então, estamos condenados. Isso é uma declaração científica: nosso planeta não pode consumir nesta proporção, especialmente com uma população em crescimento. Esse é um ideal materialista, sempre olhando para fora em busca de felicidade. Valores e estilos de vidas materialistas estão entrelaçados.

O século XX foi um grande experimento para o materialismo, em alguns aspectos, foi um sucesso, como na medicina, no transporte etc. Mas o mesmo século testemunhou a maior luta entre os homens. Nunca demonstramos tamanha crueldade contra nós e contra o meio ambiente. Neste momento, podemos estar cavando os túmulos de nossa espécie, pois o que está ocorrendo é uma receita para o suicídio. Precisamos encontrar um novo ideal, uma nova visão, e isso é impossível se uma ideologia se impõe à outra forçando uma solução. Vivemos em um mundo pluralista, as pessoas não querem seguir apenas uma ideologia. Para pensarmos em sustentabilidade, temos de fazer duas perguntas: como podemos sobreviver e como podemos florescer, pois não estamos no mundo apenas pela sobrevivência.

Nós da Comunicação – Você acredita que as práticas do budismo podem ser integradas à cultura ocidental? Qual seria a contribuição do budismo?
A. W. – A porcentagem de budistas no Ocidente é extremamente pequena, portanto, o impacto do budismo como religião seria relativamente pequeno. Mas meu objetivo não é converter as pessoas ao budismo. Existem muitos princípios teóricos e práticos que podem ser aplicados no mundo moderno e não exigem comprometimento com a religião.

Vivemos em um mundo com muitas tarefas a serem feitas, no qual somos bombardeados por estímulos de consumo, que não se restringem ao Ocidente. O ritmo da vida está muito rápido e complexo, então, a fragmentação da mente está se tornando comum. O budismo tem métodos eficazes, comprovados cientificamente, que ajudam a gerar uma melhor postura interna da atenção. Dessa forma, podemos nos concentrar sem ficar tensos ou exaustos, com continuidade e clareza em qualquer situação da vida.

Essa habilidade é extremamente importante em qualquer empenho humano com significado, e o mundo moderno não tem quase nada para oferecer nesse sentido. A primeira intervenção são as drogas, mas elas não curam o problema. Podem ser muito úteis, mas é um fato que as drogas apenas suprimem os sintomas. Por isso, existem diversos treinamentos que não exigem crença religiosa para acalmar a mente, cujo propósito é nos tornar mais cientes e atenciosos com as relações internas e externas, como práticas de meditação e treinamentos mentais, que são muito eficazes. Por outro lado, somos seres de emoções, e o budismo tem práticas para regular essas emoções com o objetivo de manter um equilíbrio emocional. Não apenas lidando com ansiedades, frustrações e raiva, mas para cultivar as emoções positivas.

A força da sociedade moderna tem sido para acentuar nosso bem-estar externo, mas a ciência e a tecnologia oferecem muito pouco em termos de explorar nossos recursos internos. Nessa fixação pelo exterior, falhamos sobre o que está acontecendo por dentro. O budismo complementa a ciência moderna e a tecnologia explorando e permitindo que manifestemos nosso interior.



http://www.nosdacomunicacao.com.br

Com a crise o Brasil diminui a emissão de Co2

Com a crise, Brasil deixa de emitir 1,8 bilhão de toneladas de CO2 por Andrea Vialli

A crise econômica mundial evitou emissões de quase 1,8 bilhão de toneladas de gases de efeito estufa no Brasil, entre outubro de 2008 e janeiro deste ano. É o que mostra o estudo “Impactos da crise financeira internacional na biodiversidade brasileira”, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Ministério do Planejamento. A informação vem do portal Eco-Finanças.

O relatório traz análises de setores intensivos na emissão de carbono e que são fabricantes de produtos importantes na pauta de exportações do Brasil: alumínio, automóveis, ferro e aço e cimento. Em todos eles, houve retração na produção e nas vendas, em razão da crise econômica.

O setor que registrou os maiores impactos foio de ferro e aço. Com a perda nas exportações, o País deixou de emitir o equivalente a 1,1 bilhão de toneladas de CO2. No caso do alumínio, foram 40,1 mil toneladas a menos e, em automóveis, 569,4 mil toneladas de emissões evitadas. A indústria de cimentos deixou de emitir 53,5 mil toneladas de gases estufa no período de novembro e dezembro de 2008 e janeiro de 2009.

Segundo o estudo, a redução da poluição motivada pela crise financeira tem se mostrado uma tendência global e deverá ser considerada nos próximos relatórios do IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU.

Alívio
“Os reflexos da crise aliviaram os ecossistemas brasileiros, permitindo uma queda ainda que no curto prazo dos níveis de gradiente do estresse ambiental. Mesmo assim, observando-se as séries históricas se percebe que a pauta de exportações não acarretou perdas monetárias, já que a paridade do real para o dólar é favorável ao setor exportador nacional. Assim, os principais setores da pauta de exportação do Brasil deixaram de emitir em equivalente de carbono 1,8 milhão de toneladas de carbono”, diz o estudo, que não considerou outros impactos da crise, como a perda de empregos.

Como conclusão, os pesquisadores do Ipea sugerem que, se a turbulência global teve um efeito benéfico – o de redução nos níveis dos poluentes e da pressão sobre os ecossistemas – isso é também um sinal de que o crescimento econômico em níveis exponenciais não se sustenta e esse padrão precisará ser revisto. Bem como os mecanismos de compensação, como os mercados de créditos de carbono precisarão ser incentivados.

Os adeptos do crescimento a qualquer custo vão chiar.



Fonte: estadao.com.br

"Perca tempo - é no lento que a vida acontece"

Na última aula, o professor Dimas Künsch sugeriu a leitura do livro "Perca tempo", de um colega seu, o pesquisador da USP Ciro Marcondes Filho, da USP. A obra motivacional, pautada sobre princípios estudados por filósofos e teóricos da Comunicação, é um banho de água morna para tanto para quem está resignado com a condição vazia da realização pessoal, esse conceito vago, quase sempre desprendido de contexto na condição pós-moderna, como para quem se considera o mais apto e voraz dos competidores do mercado de trabalho neoliberalista.
Com a experiência de quem já viveu muito, o autor é sensível aos sofríveis vácuos enxergados no tempo, que nos desesperam para completá-los, na crença ensinada pela Comunicação de Massa, entre outros fatores, de que tempo perdido é tempo não-vivido. Na verdade, é exatamente o contrário.
A obra sugere que paremos sempre que pudermos para refletir sobre a nossa condição como indivíduos e as escolhas que fazemos para nos considerar individuais e completos. Sugere que troquemos a noção de ganhar tempo, que faz com que aceleremos o cotidiano para dentro de microesferas de obrigações que devemos cumprir, pela noção de perder tempo, ou tomar o tempo para fazer algo com um ritmo conveniente ao corpo e à mente, e que por isso seja feito com esmero, uma coisa de cada vez. "É no lento que a vida acontece". Quando foi a última vez que tomamos o tempo para verdadeiramente ouvir o próximo, os familiares, os amigos, as amantes? Quando foi que o aproveitar a vida transformou-se em sinônimo de não viver plenamente, ou coisa de fim-de-semana? Vale a pena ler