quarta-feira, 15 de abril de 2009

Aprovada a lei antifumo em locais fechados

O Plenário da Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, na ultima terça dia 07 de abril, por 69 votos a 18, o Projeto de Lei 577/2008, de autoria do governador José Serra, que proíbe o fumo em locais fechados no Estado, como bares e restaurantes. O projeto seguirá para a sanção do governador.A Alesp aprovou três emendas ao projeto. Um dos destaques garante que a lei só entre em vigor 90 dias após a sanção, que deve ocorrer até o dia 22 do mesmo mês. As outras emendas tratam sobre a divulgação da legislação e quanto ao auxílio às pessoas que desejam parar de fumar. "Vai ser importante para a saúde. É um projeto ousado e corajoso, e foi muito discutido com a população", afirmou o presidente da Alesp, Barros Munhoz (PSDB).Onde o fumo será proibido?
Diferente da Lei Federal 9.294/1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de tabaco, a lei paulista proíbe o fumo em todos espaços coletivos fechados e a existência de fumódromos. O texto também prevê punições ao proprietário de estabelecimento que não coibir o fumo. As penalidades ainda serão definidas.A lei autoriza os responsáveis por bares e restaurantes a acionar a polícia para retirar fumantes dos estabelecimentos em casos de resistência. O dono do bar ou restaurante ficará responsável por afixar avisos sobre a proibição do fumo no estabelecimento.O cigarro fica restrito à casa do fumante, às vias públicas e aos espaços ao ar livre. A lista de lugares permitidos inclui instituições de saúde em que os pacientes estejam autorizados a fumar pelo médico responsável, as tabacarias e os locais de cultos religiosos em que o fumo faça parte do ritual.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Roberto Marinho: definição categórica de mídia e poder

Não se pode conceber uma análise sobre mídia e política no Brasil do século XX sem que um nome seja mencionado: Roberto Marinho. O magnata das comunicações brasileiras teve uma influência palpável nos rumos políticos e culturais do país, estabelecendo-se próximo dos governantes dos degraus mais altos da esfera administrativa e manipulando (termo amplamente usado para se referir a Marinho) a opinião pública para adequá-la aos fins pretendidos pelo stablishment.

Nascido em 1904, Marinho herdou de seu pai, Irineu Marinho, a administração do jornal "O Globo". Depois de adquirir rádios, que se tornaram líderes de audiência, adquiriu concessões de televisão ainda nos governos Jânio Quadros e João Goulart, mas foi durante a ditadura militar que as chamadas Organizações Globo realmente se expandiram. Nesse período, fez um acordo ilegal com a americana Time-Life (hoje Time Warner), que depois foi considerado legal pelo presidente Costa e Silva, e ainda se envolveu em uma notória tentativa de impedir a vitória de Leonel Brizola para o Governo do Rio, o caso Proconsult.
Mais tarde, ignorou pelo maior tempo possível as pressões populares pelas eleições diretas. Teve cobertura tendenciosa da greve dos metalúrgicos do ABC, em 1979, e deliberadamente deu mais de um minuto a mais no debate entre Lula e Collor, ocorrido 1989, no segundo turno das eleições presidenciais. O debate foi editado para dar uma óbvia vantagem ao alagoano, que foi eleito.

Por essas e outras atividades eticamente contestáveis, o canal inglês Channel Four produziu em 1993 o documentário "Muito além do Cidadão Kane", sobre o trabalho de Marinho. O filme foi proibido no Brasil, mas acabou sendo divulgado com a democratização da tecnologia de mídia. Roberto Marinho morreu em 2003, aos 98 anos, deixando um legado impressionante de sucessos como empresário e controversas linhas editoriais.

Matéria da Folha de São Paulo feita em 2003 sobre Marinho: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u52057.shtml

Imaginário coletivo, uma citação

O teórico grego Cornelius Castoriadis, sobre as consequências da fluidez do imaginário coletivo, na sociedade cibercultural:"...só podemos organizar em torno de um ou outro desses dois significados centrais: ou de um tipo de decomposição progressiva do conteúdo da vida histórica, da gradual emergência de uma sociedade que seria, ao extremo, exterioridades dos homens em relação aos outros e de cada um em relação a si mesmo, deserto super-povoado, multidão solitária, não mais o mesmo pesadelo com ar-condicionado, mas a anestesia generalizada; ou então, valendo-nos, sobretudo, do que aparece no trabalho dos homens como tendência para a cooperação, a autogestão coletiva das atividades e a responsabilidade, interpretamos o conjunto desses fenômenos como o aparecimento na sociedade da 'possibilidade' e da 'procura da autonomia'". - A instituição imaginária da sociedade.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Revolução????
Na aula de Mídia e Poder do professor Dimas a discussão era em torno do texto “Por que a nova mídia é revolucionária” escrito por Caio Túlio.
Não sei, mas acredito não ter entendido muito bem o que o autor quis dizer com a palavra “Revolucionária”.
Entendo por “Revolução” aquilo que tenha passado por uma transformação radical ou tenha mudado bruscamente.
Daí minha pergunta: Por que então a nova mídia é revolucionária?
Para mim, ela apenas é uma cópia, uma continuação da chamada por ele de ‘velha mídia’. A nova apenas compartilha com a velha o monopólio da manipulação. Elas apenas dão continuidade ao seu poder. E o público continua e vai continuar na passividade.
Irei tentar explicar o que quero dizer...
Por exemplo, todas as atrações da Rede Globo de Televisão estão no seu portal www.g1.com.br/jornalnacional de forma praticamente igual. Neste caso, não vejo nada revolucionário.
Percebo apenas que a Globo compartilha o seu monopólio tanto com a velha quanto com a nova mídia, somente por força e exigência do mercado consumidor. A mudança e a inovação ficaram apenas na parte tecnológica da coisa.
Quanto à passividade do público nem preciso falar nada... Em sua página na Internet, não consegui interagir com o conteúdo do site. Em suas atrações televisivas, o máximo que o Canal permite interação do seu público é quando ele liga para seu portal de voz, dá seu voto para eliminar alguém dá Casa a um custo de R$ 0,31 + impostos.
Débora Ramos
A casa caiu
E por falar em Mídia e Poder...
Outro dia, li na Revista Veja “Assim como ser pobre não é qualidade, ser rico não é um crime, ao contrário do que esperneiam os demagogos de credo esquerdista. A riqueza, no mundo capitalista moderno, é fruto de trabalho, ousadia e criatividade – e, como tal, produz emprego, consumo e outras oportunidades de negócios num ciclo virtuoso. A Daslu parecia concentrar todos esses atributos, por mais que seus detratores a apontassem como um ícone da ostentação e da futilidade – que, aliás. Estão entre os direitos garantidos a qualquer cidadão numa democracia.”
Este foi um trecho da matéria sobre o escândalo da Daslu. Aquele em que a dona da loja de alto luxo, Eliana Tranchesi, foi condenada a uma pena de 94 anos e seis meses de prisão.
Não tem jeito, a Revista não perde tempo em deixar sua marca direitista e preconceituosa.
E pior que isto... quer fazer seus leitores acreditarem que o sistema capitalista enriqueceu com o fruto de trabalho, ousadia e criatividade!
Balela! A senhora Eliana é apenas uma peça deste sistema lesivo. Ela é acusada de dever aos cofres públicos cerca 636 milhões de reais!
Com esta matéria, vem à minha cabeça a pergunta: Onde irá parar a falta de comprometimento com a INFORMAÇÃO dos veículos de comunicação e dos jornalistas?
Tomara que a casa caia...
Débora Ramos

Senado marcara dados sobre gastos com saúde


quarta-feira, 1 de abril de 2009

A mídia e as massas

Maquiavel ficaria orgulhoso como por um filho caçula. No início do século 21, são os meios que justificam os fins. Muito do que molda o comportamento do indivíduo envolto quase permanentemente no turbilhão constante dos meios de comunicação de massa torna-se reflexo das associações virtuais em que as pessoas se inserem como por osmose, uma obrigação instintiva de se sujeitar aos “dogmas” da socialização.

É curioso pensar em como essa socialização acaba por seus próprios esforços focando-se no próprio indivíduo, que pelo consumo sugerido em círculo vicioso pelas próprias pressões da sociedade cibercultural, vê-se cercado pelos objetos que se acoplam em sua personalidade pela idéia da transcendência de fronteiras físicas, do contato com o mundo.
Evidentemente, é digno de nota o fato dessa indução de identificação pessoal e social ser uma conseqüência das mesmas tecnologias que também trouxeram muitos benefícios inegáveis, como às facilidades de acesso às artes e a serviços.

O que se nota, enfim, é uma óbvia interligação do sujeito pensante, cidadão, com o mundo de informações escolhidas e filtradas pelas mais diversas cabeças, sejam dos gigantescos conglomerados de empresas de mídia aos blogueiros e freqüentadores de fóruns online, na Internet desmedida e democrática.


Através deste blog dos alunos de Mídia e Poder, disciplina de pós-graduação da Faculdade Cásper Líbero ministrada pelo Prof. Dr. Dimas A. Künsch, vamos abordar as pontes invisíveis que sugerem nossas decisões e vontades nessa relação multifocal que envolve sociedades, governos e empresas, e todas as ramificações descendentes.

Tentaremos com isso contribuir com a discussão dos métodos e da ética daqueles que fomentam a informação e a cultura na contemporaneidade pelas mídias de massa, como já fazia o famoso personagem de Orson Welles, Charles Foster Kane, “O Cidadão Kane”, em sua vida de escândalos e de compulsão obsessiva por bens. E claro, falaremos de seus pares brasileiros.

PF: operação não tratava de caixa 2